Robert B. Dilts
e outros - No livro Neuro-Linguistic Programming Vol. I (Meta Publications).
Tradução: Virgílio Vasconcelos Vilela
Era
uma vez uma corrida de sapinhos.
Ele
esteve lá.
Conta-se
que um poeta estava um dia passeando ao crepúsculo em uma floresta, quando de
repente surgiu diante dele uma aparição do maior dos poetas, Virgílio.
Virgílio
disse ao apavorado poeta que o destino estava sorrindo para ele e que ele tinha
sido escolhido para conhecer os segredos do Céu e do Inferno. Por mágica,
Virgílio transportou-se e ao poeta, ainda apavorado com experiência tão súbita,
ao velho e mítico rio que circundava o submundo. Entraram em uma canoa e
Virgílio instruiu o poeta para remar até o Inferno. Quando chegaram, o poeta
estava algo surpreso por encontrar um lugar semelhante à floresta onde estavam,
e não feito de fogo e enxofre nem infestado de demônios alados e criaturas
nojentas exalando fogo, como ele esperava.
Virgílio
pegou o poeta pela mão e levou-o por uma trilha. Logo o poeta sentiu, à medida
que se aproximava de uma barreira de rochas e arbustos, o cheiro de um
delicioso ensopado. Junto com o cheiro, entretanto, vinham misteriosos sons de
lamentações e ranger de dentes. Ao contornar as rochas, deparou-se com uma cena
incomum. Havia uma grande clareira com muitas mesas grandes e redondas. No meio
de cada mesa havia uma enorme panela contendo o ensopado cujo cheiro o poeta
havia sentido, e cada mesa estava cercada de pessoas definhadas e obviamente
famintas.
Cada
pessoa segurava uma colher com a qual tentava comer o ensopado. Devido ao
tamanho da mesa, entretanto, e por serem as colheres compridas de forma a
alcançar a panela no centro, o cabo das colheres era duas vezes mais comprido
do que os braços das pessoas que as usavam. Isto tornava impossível para
qualquer uma daquelas pessoas famintas colocarem a comida na boca. Havia muita
luta e imprecações enquanto cada pessoa tentava desesperadamente pegar pelo
menos uma gota do ensopado.
O
poeta ficou muito abalado com a terrível cena, até que tampou os olhos e
suplicou a Virgílio que o tirasse dali. Em um momento eles estavam de volta à
canoa e Virgílio mostrou ao poeta como chegar até o Céu. Quando chegaram, o
poeta surpreendeu-se novamente ao ver uma cena que não correspondia às suas
expectativas. Aquele lugar era quase exatamente igual ao que eles tinham
acabado de sair. Não havia grandes portões de pérolas nem bandos de anjos a
cantar. Novamente Virgílio conduziu-o por uma trilha aonde um cheiro de comida
vinha de trás de uma barreira de rochas e arbustos.
Desta
vez, entretanto, eles ouviram cantos e risadas quando se aproximaram. Ao
contornarem a barreira, o poeta ficou muito surpreso de encontrar um quadro
idêntico ao que eles tinham acabado de deixar; grandes mesas cercadas por
pessoas com colheres de cabos desproporcionais e uma grande panela de ensopado
no centro de cada mesa. A única e essencial diferença entre aquele grupo de
pessoas e o que eles tinham acabado de deixar, era que as pessoas neste grupo
estavam usando suas colheres para alimentar uns aos outros.
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